quarta-feira, 28 de março de 2012

O TEMPO DA DESPEDIDA

Montagem de fotografias da casa de Cervara no álbum da família feita por Belkiss Ferrari em julho de 1994. Fotografia da montagem por Bernardo Ferrari, em 27 de março de 2012.

Talvez Marco Giovanni Ferrari tenha recebido parte de Cervara ou a casa toda de seus pais. Talvez Marco Giovanni tenha adquirido o terreno e feito a construção no período de sua vida. Não se sabe. O que se sabe é que Cervara foi uma casa grandiosa, uma verdadeira mansão, um palácio ou castelo no alto da montanha, à beira do rio Panaro. Na descrição da querida prima Ester, a casa era pintada de “vermelho Módena”, tinha vários quartos bem delimitados, inclusive com ferrolhos nas portas – talvez até para dividir a casa em duas, quem sabe para uma nova família Ferrari ali instalada ou quem sabe para os próprios pais de Marco Giovanni. Havia um sótão com fácil acesso a uma parte do telhado utilizada para secagem de grãos. Uma sala imensa, com uma lareira e, bem ao lado da lareira, uma estante de livros! Era ali que a família se reunia no inverno, se esquentava ao pé do fogo, liam para si e liam em voz alta para todos. Lá fora, um estábulo grande, para a criação de vacas, a produção do leite, matéria-prima para o Parmigiano, o queijo. Também havia no lado de fora da casa um enorme forno para assar pão, castanhas e outros alimentos. No terreno em volta, havia vestígios de antigas construções, quem sabe o lugar onde se criavam outros animais, inclusive porcos. Os campos ao redor, extremamente férteis. Havia quatro gigantescas castanheiras ao lado da casa e, certamente, o cultivo de muitas árvores frutíferas por ali. A casa foi construída no alto de uma colina e no sopé havia um bosque. Quando nasceu Anna Juliana, sua 12ª e última filha, eles ainda habitavam em Cervara. Talvez Marco Giovanni tenha morrido em Cervara. Ele morreu em 11 de abril de 1866, aos sessenta e quatro anos de idade. Anna Juliana tinha treze anos e Valentino Cesare, dezoito anos.

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