sexta-feira, 30 de março de 2012

VALENTINO CESARE FERRARI

A comuna de Zocca em 2012. Fotografia de “Paesi on Line”.

Valentino Cesare Ferrari está registrado no Livro de Batismo nº 880 da Igreja San Leonardo de Rosola, comuna de Zocca. Este documento eu não tenho, porém o vi nas mãos da prima Ester e o texto diz assim:

 
“Nº 880 Libbro Battesimo
15/2/1848
Valentino Cesare figlio di Marco del fu [falecido] Giambattista Ferrari e dela Maria di [filha de] Carlo Flandi consorte [casal] habitante nella questa paroquia nato ieri notte 14/2/1848 alle ore 11 e mezza pomeridiane e stato solenemente batisato da me pároco oggi dopo pranzo [nascido nesta paróquia ontem à noite às 11 e meia e batizado hoje após o almoço].
Madrinha: Maria Bartolucci nubili [solteira, não casada] sorella [irmã] del pároco.
Pároco: Domenico Bartolucci.
Profissão: Operaio calciolaio [sapateiro]. Giornalero [trabalhava por dia].
[há duas notas escritas em português do que eu li em italiano: ‘não sabia ler’; ‘morreu em 6/10/1927 em Savignano sul Panaro’]”

 
Valentino Cesare Ferrari é o pai de Mario Ferrari.

 
Através deste documento, se descobre o fim de Cervara, o fim de “possidente” [proprietário] e a passagem para “calciolaio”, sapateiro. E o detalhe intrigante de que Valentino Cesare não sabia ler – o que pode indicar que ele já teria nascido, dezoito anos antes do pai morrer, bem longe de Cervara. 

 
Sobre isso, o primo Marino Ferrari fez um comentário do que teria ouvido de seu pai Luigi, irmão de Mario, sobre seu bisavô, Marco, ter sido um homem muito generoso, muito bom e que emprestava dinheiro a amigos que depois não devolviam, e que daí teria se originado a perda de Cervara. Pode ser verdade, porém essa é um pouco a descrição que Marino deu de sua própria vida nos negócios – ter tido muito numa época e depois ter perdido isso. Também vem de Marino, através de seu pai, a informação de que Valentino teve um irmão padre e outro que se tornou carabinière, policial. De qualquer forma, Valentino Cesare Ferrari parece ter nascido e vivido sob a crise dessa perda e da mudança do campo para a cidade, de Cervara para Zocca e região, de proprietário para sapateiro. Paraíso perdido? Quem disse que Cervara era o paraíso?

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